Senhor liberdade já raiou Não me julgue pela cor Por favor, somos primatas! Temos igualdade meu senhor A “banana” vai pra quem Não respeita a senzala Tamanha ignorância de uma nação Que traz dentro do peito a discriminação Se a pele é quem repele o brilho do olhar De intolerância a alma vai se alimentar Pra mente primitiva da sociedade Negra é a minha identidade Lembrar Chico Rei guiando o congado No canto e na dança do baque virado Alforria dourada levou a tristeza Hoje o negro é nobreza Quero declamar O meu amor por essa raça Livre da mordaça Vem mostrar o seu valor O seu talento pelo mundo irradia Inspiração que traz a negra poesia O samba da “Tia Ciata” Hoje desce a ladeira A nossa “tela” consagra A água que escorre da lata Abençoa “Maria” guerreira O rufar do meu tambor Traz um ritual de fé Essa noite tem Rocinha Carregada de axé Sem preconceito Meu samba defende a bandeira Um sonho a realizar Hoje tem Kizomba na avenida O Quilombo é minha vida Sou negritude e vou lutar