Nos tabloides: Viagens, retiros, massagens, terapias Suas pernas, lisinhas Seus olhos, safiras Destinos Involuntária é a vertigem na orla do abismo Eu cai De fome, segredos Amordaçavam os meus beijos De podre por dentro para saudável e frutífero Tu és a ilha, a terra Eu sou as águas, o ar, o veleiro, a névoa Balança o barco no mar Fantasma preso a tarrafa Alamedas, cortejos Serragem pelo asfalto preto Divino é o desenho da deusa em meu seio Marcado de vermelho Rasgara o hemisfério do meu coração Sem fôlego Deserto Meu peito é um céu Solitude de universos presos num globo de neve Decoração do hall No móvel de carvalho no saguão Quando cê ouviu a porta fechar por trás de você Cavernas, grutas Nem as valetas mais profundas guardam segredos ao te ver Nos beirais das janelas, orquídeas Espero que derramem sobre mim suas salivas, seus fluídos Permeando selvas Catástrofe Desordem Monumentos em pedaços pelo chão Lunar eu sou deitado em suas coxas macias No precipício das ranhuras Que tem em seus lábios Eu vejo acidentes Tenho seus beijos presos em minhas cordas vocais e Atravessado sobre seus cílios postiços que desenham seu rosto Dunas de concreto escondem as dores do passado Que deixaram marcas sobre seu peito Ainda me vejo nulo quando teus olhos discretos me notam Te deixando salivar Balanço o barco no mar fantasma preso a tarrafa Onde os remendos foram os dias E hoje eles são o chumbo que nos fez afundar Fantasma preso a tarrafa Eu sou