Sou filho do vento Afiado no fogo Na volta apertada Que eu gosto do jogo Fui feito na água Me rolo na terra E escuto a querência Quando o gado berra Sou cruza do branco Com o índio charrua Cavalo veiaco' Acomodo na pua Mas uma bailanta Me torce o pescoço E um chamamezito Também me retouço Também sou de carne Eu também sou de osso Eu também me requebro Eu também me retouço Também sou de carne Eu também sou de osso Eu também me requebro Eu também me retouço Eu ando no mundo Tenteando a bolada Falando sozinho Cruzando invernada Da lida campeira Eu defendo o tronco E o povo da vila Me chama Índio Louco Sou mescla de tigre Com sangue pajé Plantei meu destino Lá no Bororé Mas, quando uma gaita Começa o alvoroço Também me requebro Também me retouço Também sou de carne Eu também sou de osso Eu também me requebro Eu também me retouço Também sou de carne Eu também sou de osso Também me requebro Eu também me retouço Também sou de carne Eu também sou de osso Eu também me requebro Eu também me retouço Também sou de carne Eu também sou de osso Eu também me requebro Eu também me retouço