Quando se foi meu cavalo se sumindo no sem fim Ficou um relincho timbrado por entre o céu o capim Minha alma comeu meu mio pastando dentro de mim Ficou o coxo vazio e a estrebaria tapera Minha vida é sempre inverno, nunca mais foi primavera O rio grande não é o mesmo e eu não sou mais o que eu era Coisa triste meu parceiro sinto o laço neste pealo E pra embretar o silêncio que me sobrou de regalo Inte acordado eu escuto o relincho do meu cavalo No fundo meu querer não tem mais trelado em flor Sou um apero pendurado e um taura cheio de dor E a sombra do meu cavalo tranqueando no corredor Não tenha pena amigaço vendo minha alma que chora Guardei aquele relincho nas rosetas das esporas Pois eu já tive um pingaço que pra sempre foi-se embora Por isso quando abre o tento neste oficio sacrossanto Ocupa um silêncio maneado que pasta á sogra no tranco É o relincho de bagual no arquiplano do meu canto