Carcará Pega, mata e come Carcará num vai morrer de fome Carcará Lá no sertão É um bicho que avoa que nem avião É um pássaro malvado Tem o bico volteado que nem gavião Carcará quando vê roça queimada Sai voando, cantando, carcará Vai fazer sua caçada (carcará) Carcará come inté cobra queimada Quando chega o tempo da invernada No sertão não tem mais roça queimada Carcará mesmo assim num passa fome Os burrego que nasce na baixada Carcará pega, mata e come Carcará num vai morrer de fome Carcará, mais coragem do que homem Carcará pega, mata e come Carcará é malvado, é valentão É a águia de lá do meu sertão Os burrego novinho num pode andá Ele pega no bico inté matá Carcará pega, mata e come Carcará num vai morrer de fome Carcará, mais coragem do que homem Carcará pega, mata e come Carcará (Carcará) em 1950, mais de 2 milhões de nordestinos (Carcará) viviam fora dos seus estados natais (Carcará) 10% da população do Ceará emigrou (Carcará) 13% do Piauí (Carcará) 15% da Bahia (Carcará) 17% de Alagoas (Carcará) pega, mata e come Carcará num vai morrer de fome Carcará, mais coragem do que homem Carcará pega, mata e come