Todo dia uma rotina Tira o brilho da retina Nunca é fácil essa vida Quem sabe um dia a gente vira Nunca foi fácil e nunca vai ser Nunca foi fácil e nunca vai ser Nunca foi fácil e nunca vai ser Nunca vai ser, nunca vai ser Acorda cedo, pão de ontem, café preto Sai correndo, vai morrendo, sai correndo Atrasado pra sonhar com as conta pra pagar Adiantado na pobreza nem trabalho vai mudar Faz as conta quantas horas nós trampa E conta quanta grana nós tem na conta É incrível meu patrão que só reclama Mas ele nunca trampa ele só me manda Quem tem muito não percebe e quer mais Eu não quero ter muito só quero minha paz Fazer uns rap, ter um bom CEP, vê meus pivete Andar de skate, armar o Black Colher do fruto, da raiz cultivar orgulho Do suor, só o melhor pra regar os lucro Mas do produto eu não vou ser escravo Eu faço rap, o rap me faz, mas eu não me faço Todo dia uma rotina Tira o brilho da retina Nunca é fácil essa vida Quem sabe um dia a gente vira Nunca foi fácil e nunca vai ser Nunca foi fácil e nunca vai ser Nunca foi fácil e nunca vai ser E nunca vai ser e nunca vai ser Dia menos dia, os dias são os mesmos Me fala onde tá o suor que eu te mostro onde tá o dinheiro Mais uma vez eu no fundo do busão Matando o tempo pensando na minha situação Trabalho o dia inteiro, o mês inteiro O ano inteiro, mas cadê todo dinheiro? Tem luz, tem água, alimentação Faz as contas aí, quantas contas que são? Impostos, sobre o que eu já paguei São impostos sobre o que eu não comprei Por isso eu tenho que trampar Tem que ter alguém perdendo pra outro poder ganhar Vão ser anos trabalhando todos os dias Vão ser dias cansando todos os anos Já parou pra pensar, quantos dias Por ano vou descansar pra ter que trabalhar? Nunca foi fácil e nunca vai ser Nunca foi fácil e nunca vai ser Nunca foi fácil e nunca vai ser E nunca vai ser e nunca vai ser