Sertaneja, se eu pudesse, Se Papai do Céu me desse O espaço pra voar, Eu corria a natureza E acabava com a tristeza Só pra não te ver chorar. Na ilusão deste poema Eu roubava um diadema Lá no céu pra te ofertar E onde a fonte rumoreja Eu erguia tua igreja, Dentro dela o teu altar. Sertaneja, por que choras Quando eu canto Sertaneja, se este canto É todo teu? Sertaneja, pra secar Os teus olhinhos Vais ouvir os passarinhos Que cantam mais do que eu. A tristeza do teu pranto É mais triste quando eu canto A canção que te escrevi E os teus olhos, neste instante, Brilham mais que a mais brilhante Das estrelas que já vi. Sertaneja, vou embora!... A saudade vem agora E a alegria vem depois. Vou subir por essas serras, Construir lá noutras terras Um ranchinho pra nós dois. (Sertaneja, por que choras quando eu canto?).