A galope cantando o gurisito reponta o gado Monarquiando o zaino antes que a noite estas coxilhas tome Canta uma toada alegre o campeirito Enquanto as cascos de seu zaino folherito Vão machucando tanta flor sem dono Teu canto claro de guri campeiro Vibra longe no campo ao entardecer É uma canção esplêndida e atrevida Viril e jovem afirmando a vida Na hora do crepúsculo morrer Afirma que esta noite é um acidente E o outro dia trará seja o que for Tua voz antecipa outra aurora Canta guri campeiro campo fora Teu canto é o hino da querência em flor Teu canto avulta contra o poente em fogo No entrequestre a galope a voz se expande Com os clarins de uma vanguarda guapa Renascerás de uma raiz farrapa Nas manhãs de outros sóis velho rio grande