Quando morrer não quero grito e nem choro Pois eu não quero que a tristeza vá comigo Peguem minha gaita que pra mim vale um tesouro E vão tocando até meu derradeiro abrigo Quando chegar na porta do cemitério Sei que o porteiro não vai deixar entrar tocando Até ali já fizeram como eu quero Larguem da gaita e podem continuar rezando A minha gaita vou deixar como lembrança Pra algum dos filhos que tiver a vocação Eu só não quero ela em mão de criança Andar rolando pelos banco ou pelo chão Pra minha esposa eu vou deixar um pedido Que por ventura de mim se recordar Se por acaso arranjar outro marido Na minha gaita não é pra deixar tocar Não é ciúme não é nada não é intriga Pouco me importa depois que eu tenha morrido Eu só não quero que o malvado nunca diga Fiquei com a gaita e a muié do falecido.