Em botas de sete léguas Cruzei os umbrais do tempo Quixote ante aos cataventos Lutando por Dulcineia Ulisses nem sonharia Os passos dessa Odisseia Penélope na eterna espera Não sei se me esperaria No oceano mais profundo No frio do mais frio inverno Morri pra me fazer eterno Para entender num segundo Que lá no fundo mais fundo Não é o saber nem a fé Lá onde não dá mais pé O amor é que move o mundo Dos braços do firmamento Roubei a noite mais bela Deixei na janela dela A rubra rosa dos ventos Netuno, senhor dos mares Escravo de uma sereia Por escutar seus cantares Preso ficou em sua teia