De terninho branco, gravata vermelha Na plataforma ele espera o trem Na curva da linha Maria aparece Ele sobe e desce, ele vai e vem Tira o pó da bota, conserta a palheta Ouvindo a retreta lá da estação Segurando a mala confere o bilhete Depois vai-se embora acenando a mão Ele é o Zé Grã-Fino de terno engomado Sapato engraxado lá de Santa Fé E se lembra a dona Maria Fumaça Esconde a tristeza no velho boné Já muito distante da sua viagem Longe das paisagens do interior Ele tem saudade da Maria Rita Cabocla bonita, seu primeiro amor Já foi maquinista na velha Conquista Hoje aposentado não trabalha mais Foi telegrafista no tempo de moço Puxando minério nas Minas Gerais