A verdade é o que parece ser, é como você vê, a realidade é diferente dependendo de você, os olhos, ouvidos, eu vejo, eu ouço, eu duvido, divido o cérebro em dois hemisférios, o médico e o monstro, é sério, tem coisas que eu sinto que eu não demonstro, que eu não te mostro, eu escondo, eu me desespero, eu não quero, mas tudo passa, calma… Onde há fumaça, há fogo na alma, nas veias, o coração bombeia e pulsa e me incendeia, agora é meia noite e meia e nada, ninguém, nem um sinal, ninguém ligou, tudo normal, tudo igual A lua mórbida, os olhos em suas órbitas Descrevendo arcos, o álcool, o barco bêbado que Rimbaud atracou em meu porto, meu quarto, meu corpo, minha corrente sanguinea Onde há fumaça, há fogo Onde há fumaça, há fogo A vida é mesmo assim Quando você precisou de mim Eu não estava aqui Nem aí, eu não estava Onde há fumaça, há fogo Onde há fumaça, há fogo O assunto me foge à memória, que história é essa? Sem essa, aranha, perdi o fio da meada, a teia, a web, perdido na Internet, que nada, coisa mais feia, a madrugada ateia fogo em meu e-mail, são quase cinco e meia e o tempo passa sem pressa, sem graça, sem nada, não sei de nada, eu não me lembro, depois do onze de setembro a coisa ficou pesada