Larguei meus pedaços pra saber voltar, agora estou perdida e incompleta Mesmo pondo os móveis de volta no lugar, nada volta a ser como era Queria ter lido mais quando era pura, e aprendido mais antes dessa arrogância Mas só achei professores sem respostas, e livros sem a menor importância Todo dia me perguntam o que eu vou fazer da minha vida, Mas parece que nunca acerto a resposta que querem escutar Fui tão perfeccionista, tão irredutível, Mas mesmo assim, tudo deu tão errado! Mas quem não quis mudar o mundo? E quem não quer mudar o mundo agora? Quantas vezes terei que morrer? Quantas vezes mais? Quantas vezes terei que morrer? Quantas vezes mais? Sinto falta de conversas desafiadoras, de madrugadas densas sem dormir De confortantes palavras espontâneas que faziam o meu labirinto ruir Quando contava minha fortuna em migalhas, e acreditava ter o bastante pra fugir Mas o mundo é um monte de pequenas mentiras, então deixei o silêncio me destruir Todo dia me pergunto o que vou fazer da minha vida, Pois sei quem sou, sei o que quero, mas parece que pra mim não há lugar Fui tão flexível, tão paciente, mas mesmo assim tudo deu tão errado! E quem não quis mudar o mundo? E quem não quer mudar o mundo agora? Quantas vezes terei que morrer? Quantas vezes mais? Quantas vezes terei que morrer? Quantas vezes mais? Não haverá entendimento, só interpretação, pois não lhes deixo nada que minha confusão E vou me embora antes mesmo de acordar, com minha mochila e 20kg de desilusão Vou buscar o grande feito em minha vida, tentar não ser engolido pela multidão Sempre teremos um ao outro, e uma imensa solidão entre nós...