Existe em mim um viajante Eterno aperto dentro do peito Que me trava a língua Me seca a boca Me cala o grito Numa viagem louca Esse viajante as vezes me confunde Penso que veio ao mundo no dia que vim Em outras sinto que chegou aqui Bem antes de mim Passando por caminhos secretos Trilha escura e enganosa E matas fechadas ou em desertos de areia Esculpidas nas pedras pela face infantil do tempo O viajante anda sozinho Seguindo uma canção incerta Nas asas do vento norte ele vai cavalgar Acenando a Deus O viajante vai partindo Seguindo a canção procurando um coração O coração de um porto onde possa atracar Queimem meu corpo Apaguem as chamas Joguem as cinzas no ar