Semeadura rocha fina e solta Qualquer palavra serve pra rimar Se rimo amor com a cor da tua fita O que me importa é que ainda sei cantar Ai, ai, ai Palavra escrita quando nasce dói demais Ai, ai, ai, Me diga moça de onde é que ela sai? Pedi a moça do balcão, a rita Que lesse a carta e não o mensageiro E dos seus olhos escorreram tinta Real lavável, pena de tinteiro Ai, ai, ai Palavra escrita quando nasce dói demais Ai, ai, ai Me diga moça de onde é que ela sai? É só compasso, é tudo palma aflita No movimento da respiração Se me comovo se você me evita O que só prova que ainda há paixão Melhor seria se a palavra escrita Fosse todiinha feita de vogal Que consoante é coisa que me irrita O que me prova que te leio mal Ai, ai, ai...