O sol brilhava e ardia em meus olhos que quase não viam mais a estrada. Por mais que o tempo corresse, eu caminharia em passos lentos, sem destino, sem pressa, sem fome e sem sede. Entre as poucas lembranças que restavam à torneira pingando, o papel de parede descascado, o espelho manchado de tempo e o painel luminoso que piscava verde e vermelho pelo lado de fora da janela. Casas ruas becos e lugares onde andei Olhos faces armadilhas que não reparei Farsas blefes labirintos onde eu me enfiei Risos festas as mulheres com quem me deitei Uma vida é mesmo pouco tempo pra saber tudo o que há Tratos juras os acordos que não respeitei Frases vozes as muitas promessas que escutei Planos sonhos pratos de ilusões que desejei Gana pressa às muitas etapas que queimei Uma vida é mesmo pouco tempo pra saber tudo o que há Morte vida nos caminhos que deixei pra traz Vícios fraudes artimanhas que já conheci Ônus perdas gostos e desgostos que engoli Crenças laços relações que eu nunca desisti Uma vida é mesmo pouco tempo pra saber tudo o que há Viveria tudo novamente mas do jeito que eu não quis Não que eu me arrependa por ter feito cada coisa que eu já fiz Só queria ter mais uma chance para ver o que eu não vi Pra viver de um jeito diferente tudo aquilo que eu vivi