Ei, êta luta, êta mundo, lá, lá, rá, Ei, êta luta, êta mundo, lá, lá, rá. Andei por cima de pedras Pisei como um cego santo Abandonei a familia Alvoraçada de espanto Seguindo caminhos duros De serras e desencantos Arrematando os meus versos Nas noites sem acalanto Carreguei meu cravinote Só mesmo por garantia E também minha viola Pra cantar o que eu sabia Deixei crescer minha barba Mudei de fisionomia Mas cá dentro do meu peito Não mudava o que sentia Ei, êta luta, êta mundo, lá, lá, rá, Ei, êta luta, êta mundo, lá, lá, rá. Ensinei a meninada As toadas do sertão Pra cantar de madrugada Nas festas de mutirão Falei tudo o que eu pensava A que nunca tinha visto Falei de coisas passadas Nos tempos de Jesus Cristo Nas histórias que me valem Dos amores e perdão Falei a minha verdade Em forma de oração Hoje eu volto machucado Pelas cruzes deste mundo Pro meu antigo reinado E sou chamado vagabundo Ei, êta luta, êta mundo, lá, lá, rá, Ei, êta luta, êta mundo, lá, lá, rá.