Do Sol e a rotação De Júpiter, de um vulcão E de um gêiser Eu entendo a erupção De um próton, de Buñuel De um plâncton, de Papai Noel E de um esfíncter Eu entendo seu papel Mas se pergunta-me de um coração Eu já lhe disse que eu desisto de compreender Quando é domado, quer rebelião Quando tá solto, logo pede para se prender Ele arrebenta com a própria razão É capoeira, é vagabundo, é ilariê De onde se espera mar, ele é sertão Lá onde mora a raiva, também dá prazer Da esfinge do Leblon De um peixe a gestação E de um cacto Eu entendo a irrigação Mas se pergunta-me de um coração Eu já lhe disse que eu desisto de compreender Quando é domado, quer rebelião Quando tá solto, logo pede para se prender Ele arrebenta com a própria razão É capoeira, é vagabundo, é ilariê De onde se espera mar, ele é sertão Lá onde mora a raiva, também dá prazer E o meu jaleco é branco, limpo Mas não tem história pra contar Nem marca de batom, nem mancha de vinho Nem cheiro de suor, nenhum rastro de carinho Nenhum rastro de carinho Pra me embriagar