Quando a pele do tambor arrepia Quando a pele traz na cor magia É a escola do povo que se move Sou menino imperador de 59 Meu samba navega na beira do rio Segue o destino, arranca a mordaça A realeza de um solo distante Me fez negro diamante Onde a noite se fez raça Seguindo os caminhos de Ifá Pelas mãos de Iemanjá Fui a própria resistência No Areal, eu vi brotar a flor Tradução do amor em sua essência Ôôô malandro na ginga Chama o povo pra sambar Arquibancada nas cores do manto Chegou o mar vermelho e branco Nas ruas, onde o plebeu se faz rei Imortalizei tantas histórias Sonhos escritos em raios de prata Perfumei em serenata, povos e paixões Com o rugido destemido dos leões O quilombo do sambista não se cala Não insista em me tratar como senzala! Criança, aprenda a lição Um sonho não se acorrenta Arrebenta, joga fora esse grilhão!