Como conto que se conta brevemente, Como sombra que se vai ligeiramente, Como sopro que se abranda e logo cessa, Como relva que floresce e cedo seca; Assim passa a vida da gente. Como nuvem que se desfaz e passa, Como brasa que fumega e se apaga, Como caminho curto, curta estrada Que nem bem começa e se cruza a chegada, Nossa vida passa de repente. Que o caminho seja o mais belo, Que a relva seja a mais verde, Que o conto semeie eternidade, Que a brasa ilumine, que a nuvem deságüe; Que o poeta faça valer a pena, Que a alma não seja pequena.