É num baile de fronteira que a gente pode aprender Esse balanço safado de se dançar chamamé Tem que ter manha no corpo, pra sapatear tem que ter Tranco de sapo baleado e jeitão de jaguaretê Tudo começou em corrientes, num baile, veja você Também se orelhava um truco, que é um modo de se entreter Um ás que sobrou na mesa bastou pra coisa ferver A cachaça brasileira alguma culpa há de ter Se foi tiro ou cimbronaço, pago pra ver Deixa que venha no braço pra se entender Se o facão marca o compasso, deixa correr Enquanto sobrar um pedaço vamo metê O gaiteiro era buerana, não deixou o baile morrer Parou um valseado de seco e sapecou um chamamé Ficou só um casal dançando, gritando oiga-le-tê Que por quatro ou cinco tiros, não vamos se aborrecer Dançar na ponta da adaga não é tomar tererê Tem que cordear pros dois lados, fazendo o poncho esconder Daí surgiu esse tranco que foi até o amanhecer Quanto mais corria bala, melhor ficava pra ver Se foi tiro ou cimbronaço, pago pra ver Deixa que venha no braço pra se entender Se o facão marca o compasso, deixa correr Enquanto sobrar um pedaço vamo metê Amigo que mal pergunte porque não bailas o chamamé Convide a prenda faceira bem dançadeira pra te ensinar Depois que pegar o embalo nem canto do galo vai escutar No estilo da fronteira chamemecero de se bailar E tu morena do lado de lá Um baile é pouco pra se gostar E tu morena do lado de lá Um dia eu volto pra te buscar Nos bailes de Campo Grande Macarajú e Ponta Porã Dourados, Aquidauana, Porto Murtinho e Corumbá Nos braços de uma morena a noite é pequena pra balançar No estilo da fronteira chamemecero de se bailar E tu morena do lado de lá Um baile é pouco pra se gostar E tu morena do lado de lá Um dia eu volto pra te buscar