Tornei-me um Ébrio e na bebida busco esquecer Aquela ingrata que eu amava e me abandonou Apedrejado pelas ruas vivo a sofrer Não tenho lar e nem parentes, tudo terminou Só nas tabernas é que eu encontro meu abrigo Cada colega de infortúnio é um grande amigo Que embora tenha como eu seus sofrimentos Me aconselham e aliviam meus tormentos Já fui feliz e recebido com nobreza até Nadava em ouro e tinha alcova de cetim E a cada passo um grande amigo que depunha fé E nos parentes... confiava sim E hoje ao ver-me na miséria tudo vejo então O falso lar que eu tanto amava e a chorar deixei Cada parente, cada amigo era um ladrão Me abandonaram e roubaram o que amei. Falsos amigos, eu vos peço imploro a chorar Quando eu morrer à minha campa nenhuma inscrição Deixai que os vermes pouco a pouco venham terminar Este Ébrio triste e este triste coração Quero somente que na campa em q eu repousar Os Ébrios loucos como eu venham depositar Os seus segredos ao meu derradeiro abrigo E suas lágrimas de dor ao peito amigo.