Puxe a cadeira seu moço, Sente aqui um bocadinho, Vô conta o que significa Aquela cruiz do caminho. Seu moço toda a história Cuntece por causa do amor, Mas esta é bem diferente, Não esta é bem diferente, Não tem muiê não sinhô. Onde essa cruiz ta fincada, Naquele pedaço de chão, Há tempo foi interrado, O Zico da Conceição. O Zico da Conceição, Cantadô i bão violero, E tinha a vóis mais bunita, De tudo o sertão intero. Quando garrava na viola, E começava a cantá, Cantava moda bunita, Fazia a gente chora Um dia o pobre coitado, Sentiu-se muito doente Daí então desando, A imagressê de repente, Assim fico muito fraco, Já nem podia cantá, Saiu um dia de casa, Foi o doutor percurá. I tudo aqui sintiu farta, Daquela tão linda vóiz, Daquelas moda bunita, Que ele cantava p!rá nóis. E o doto disse prele, Seu Zico da Conceição, Tenha pacencia rapais, Você ta ruim dos purmão. O rapais veio simbora, Tristonho sem esperança, Paro naquele lugá, Chorano que nem criança, Assim o pobre coitado, Não resistiu tanta dor, Ranço da sua garrucha, E mermo ali se mato. Com ele foi interrada, A sua viola de pinho, E aqui termina a história, Daquela cruiz do caminho.