Um Homem Chamado Alfredo

Toquinho

Composição de: Toquinho/Vinícius de Moraes
O meu vizinho do lado 
Se matou de solidão. 
Abriu o gás, o coitado, 
O último gás do bujão.

Porque ninguém o queria, 
Ninguém lhe dava atenção.
Porque ninguém mais lhe abria 
As portas do coração. 
Levou com ele seu louro 
E um gato de estimação. 

Ah! Quanta gente sozinha, 
Que a gente mal adivinha. 
Gente sem vez para amar, 
Gente sem mão para dar, 
Gente que basta um olhar, quase nada...

Gente com os olhos no chão 
Sempre pedindo perdão. 
Gente que a gente não vê
Porque é quase nada. 

Eu sempre o cumprimentava 
Porque parecia bom. 
Um homem por trás dos óculos,
Como diria Drummond.

Num velho papel de embrulho 
Deixou um bilhete seu 
Dizendo que se matava 
De cansado de viver. 
Embaixo, assinado Alfredo, 
Mas ninguém sabe de quê.
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