Foi no mês de junho Que eu O vi pela primeira vez Ele caminhava pelo trigal Quando eu passei por perto Com minhas damas de companhia E Ele estava sozinho. O ritmo do seu andar era diferente Do andar dos outros homens E o movimento de seu corpo Não se assemelhava a nada Que eu já tivesse visto Os homens não caminham sobre a Terra daquela maneira. Parei meu passo Por um momento E levantei a mão para saudá-Lo Mas Ele não voltou a face E não me olhou E eu odiei-o! Foi no mês de agosto Que eu O vi novamente Estava sentado à sombra do cipreste Imóvel, como se tivesse sido talhado em pedra Minha alma estremeceu Ele era belo E era tudo, O que era terra em mim, E tudo que era céu em mim, O meio dia dos seus olhos pousou em mim e Ele disse: "Todos os homens te amam por si mesmos, Eu te amo por ti mesma!" E afastou-se caminhando E eu não sabia, Mas naquele dia O poente dos seus olhos matou o dragão Que havia em mim E tornei-me uma mulher Tornei-me Mírian, simplesmente, Madalena morreu!!! OBS.: Integra o elepê Vanusa 30 anos - 1977. Poema encontrado no livro "Jesus o Filho do Homem" de Gibran Khalil Gibran.