Há quanto tempo que ele Andava namorando O cavalinho da vitrine Lá da rua do ouvidor Com os seus arreios de prata A sua manta escarlate Surgiram aos seus olhinhos Como um imã tentador Há quanto tempo que ele Andava até sonhando Com cavalinhos de vitrines Ou de lá da exposição! O seu desejo, garoto A sua louca vontade! Andavam já palpitantes saltitando Dentro do meu coração Pois, um dia esse menino Por força do seu destino Adoeceu pra morrer Na sua breve agonia Ele apontava e sorria Para um quadro na parede Que São Jorge refletia E foi São Jorge milagreiro No seu cavalo alazão Que num galope ligeiro O levou pela amplidão