Quando em noite de garoa Minha voz um canto entoa Tristemente pelo ar Recordando que na vida É preciso a guarida De um formoso e meigo olhar Minha vida é tão vazia Falta nela a poesia Do calor de uma mulher Mas eu tenho a esperança Que hei de ter essa bonança Porque Deus assim o quer Oh! Gaúcha que eu adoro A casinha onde moro É bonita e tem pinguela Sob ela um riachão Seu recanto é pitoresco Seu aspecto é sempre fresco Entretanto vê-se nela Sem você, a solidão Eu plantei lindas parreiras Pudiais e macieiras Bem pertinho de um capão Onde tenho meu ranchinho Que será o nosso ninho Se me dais o coração E meu bem que bom seria Se a cegonha certo dia Nos viesse visitar E trouxesse um bebezinho Um gaúcho gorduchinho Que ornasse o nosso lar