Entra dia, sai semana Não altera e nem melhora E pula cedo da cama Resmungando quase chora Enfrenta o duro barreiro Vai trabalhando na lama O pobre do retireiro É do barro que reclama Três e meia, quatro horas No curral tem um gadão O bezerro também berra Esperando no portão E de pé dormindo eu juro Só tenho uma solução Vai surgindo no escuro Parecendo sombração Bastião, Juca, Zé Ruela Filisbino, Mané, João Toniquinho da Pinguela Ou então apenas Tião O dono da madrugada Por este sertão afora Escutando a passarada Assiste o romper da aurora Que vida dura só sente Quem retireiro já foi Deixar sua cama quente Lidar com filho de boi Cuidar da frente e de trás Leva um coice e vai ao chão E ainda dorme contente O dono do gado, o patrão