Vocês todos me perguntam por que eu vivo tão magoado
Olhem naquela parede um cabresto pendurado
Aquele pelego preto aquele arreio prateado
Tudo isso agora vive naquele canto jogado
Na volta daquela estrada eu fiz uma sepultura
Ali mora a mula preta em sete palmos de fundura
Seu destino foi traído igual uma criatura
Eu tenho como lembrança seu retrato na moldura
Uma cobra venenosa me fez essa ingratidão
A mula tava morrendo cortou o meu coração
Olhou com muita saudade aqueles campo e varjão
Seus olhos foram fechando dizendo adeus meu patrão
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