Um acidente nuclear
Vomita no oceano
Uma ilha de lixo
Forjado pelo descarte
A constante pesca de arrasto
Modificando habitats
Que porra estamos fazendo?

Biodiversidade - agora uma monocultura de habitantes mortos
As redes não discriminam - imperdoável nesta vida descartável

Enquanto as enseadas sangram os corpos, agora mercadorias gulosas
Eliminando mais do que precisam - para a ganância do público ignorante e empresarial

Paralisado de medo, até todas as vagens serem erradicadas...

Eles nunca tiveram chance
Contra este romance doentio
Que temos com todos os seres vivos
Que temos com todas as malditas coisas

Anzóis com longas iscas, roubo pelágico, bandidos gulosos
Capturas acidentais inutilizadas, jogadas ao mar

A pesca de arrasto revela os habitats destruídos - varridos do mapa
O suporte de vida dos ecossistemas é puxado deixando apenas vítimas

Vivendo na miséria - as formas de pesca
Um dos mistérios da vida - logo seremos história
Ninguém está escutando - condicionamento clássico
Este é o batismo - extinção acelerando

Nós nunca tivemos uma chance
Contra este romance doentio
Que temos com a nossa morte
Que temos com toda a vida

Com bocas escancaradas
Nossas pegadas caminham para dentro
E quando não há para onde se esconder
A morte vem com a maré...