Não há nascer do sol
Nunca houve uma chuva
Apenas um vazio
Sem tempo, sem medo, sem dor
Nenhum corpo suplicando
Ninguém ainda tem que orar
Nenhuma luz brilhou
Nunca houve um dia

Sem sombras se espalhando
Nenhuma lua e terra ainda giram
Apenas uma entidade
Um deus que não fez nada
Afogado em sua solidão
Sendo o único
Vivendo a eternidade
Em um tempo antes do sol

Contraste de formas ou cores
Ainda tem que encontrar um olho
Os intermináveis pinos de luz
Não ainda para cumprimentar o céu
Sem passagens de sete dias
Para criar tudo
Um espírito percorre o vazio
Um deus que não governa nada

Consumindo o infinito
Sem fim, sem começo
Rédeas em seu vazio
Não tem meus pensamentos
Envolto em sua unicidade
Sendo o solitário
Sendo a única coisa
Em um tempo antes do sol

Nenhuma maré ainda arrebentou
Uma costa sem fim
Sem o aqui depois
Sem começo, sem antes
Um nada sem piedade
Que atinge profundamente
O vazio da alma se estende
Veludo preto, abismo em branco

Um espírito clamando
Por alguém para o adorar
Um vazio pulsante
Quer e precisa de mais
Cansado de sua solidão
Sendo o único
Ele vê uma vinda
Em um tempo antes do sol