[Intro] Fm  Bbm  C7  Fm

           G#13               Bbm
Ao modo de aves cruzando as alturas
            C7                  Fm
Milhares de peixes vermelhos e azuis
           G#13                 Bbm
Na cega certeza de algum que conduz
              C7                  Fm
Percorrem distâncias nas águas escuras
      Bbm                    Fm
Mas no oceano tem mais criaturas
               Bbm                Fm
Que esperam famintas pra lhes devorar
    G#13                              Bbm
E aqueles que escapam vão ter de esbarrar
             C7                 Fm
Que nem peregrinos exaustos de sede
     G#13                            A#º
Nos braços dos homens que arrastam a rede
            C7                 Fm
Cantando ciranda na beira do mar

[Refrão]

   G#13     Bbm
Cantando ciranda
    C7        Fm
Na beira do mar

           G#13               Bbm
Pegando carona nas grossas correntes
            C7                  Fm
Se vão tartarugas de cascos brilhantes
                G#13              Bbm
Que embarcam no rumo de praias distantes
              C7                    Fm
Que servem de berço pra seus descendentes
               Bbm             Fm
Que rasgam os ovos e emergem valentes
           Bbm                Fm
E correm sozinhas para se salvar
              G#13              Bbm
Mas só uma ou outra consegue chegar
             C7                 Fm
Nas águas salgadas que impedem o abraço
     G#13                      A#º
Das garras das aves de bico de aço
              C7               Fm
Que cantam ciranda na beira do mar

[Refrão]

            G#13           Bbm
Coqueiros parecem vigias felizes
              C7                    Fm
Que zombam do tempo que engole os humanos
               G#13           Bbm
E assim passam dias e meses e anos
                C7                  Fm
Não cedem, não cansam, não tem cicatrizes
              Bbm             Fm
Mas o tempo aponta pra suas raízes
           Bbm               Fm
As águas começam a se aproximar
             G#13                 Bbm
Roendo as entranhas pra lhes derrubar
             C7                 Fm
Que nem condenados, pendendo, penosos
               G#13                 A#º
Nos braços dos ventos morrendo orgulhosos
            C7                 Fm
Cantando ciranda na beira do mar

[Refrão]

             G#13               Bbm
Com olhos de vidro de cores berrantes
            C7                  Fm
Balançam edifícios de quarenta andares
               G#13                 Bbm
Que olhados de longe se parecem altares
              C7                    Fm
Do culto esquecido de uns deuses gigantes
              Bbm                 Fm
Que rompem os tempos dizendo arrogantes
                Bbm                  Fm
Que os ventos libertos não podem passar
               G#13               Bbm
E atrás das colunas que agarram o ar
                 C7                    Fm
Uns tantos se espremem sentindo os mormaços
                   G#13                  A#º
Nas sombras de uns poucos que miram os espaços
            C7                 Fm
Cantando ciranda na beira do mar

[Refrão]

          G#13               Bbm
Eu vivo pisando nas mesmas areias
                   C7           Fm
Que o mar passa os dedos e acaricia
              G#13            Bbm
Nas noites de lua com brisa macia
            C7                 Fm
Escuto o chamado das mesmas sereias
             Bbm                   Fm
Me sento nas pedras que nas marés cheias
           Bbm                 Fm
As água procuram pra se arremessar
             G#13                Bbm
Que nem combatentes que vem guerrear
             C7                   Fm
Sem ter esperança de fama ou de glória
               G#13                   A#º
Se acabam em espuma, se apagam da história
            C7                  Fm
Cantando ciranda na beira do mar