Sento na varanda, vejo o avião
Riscando céu, daqui do chão
Lembro de você, riscando os meus lençóis
Era tão nítido, mas agora, não vejo nada
Passam os dias
Riscos viram borrões
Pessoas evaporam
Viram memórias
É como perder a chave de casa
Ter que vagar só, perdido na rua
Nada mais cresce sobre nossos
Sobraram só os riscos
Da calçada suja.
Passam os dias
Riscos viram borrões
Pessoas evaporam
Viram memórias
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