Sempre que ao sabor dos dedos
As palavras se desmaiam
Numa folha amarrotada
Deixo as horas e os segredos
Nestes versos que me enleiam
Deixo tudo e quase nada
Trago as noites de setembro
No meu corpo de mulher
Nesta vida que anoiteço
Já da vida não me lembro
Nem se a esqueço por te ver
Ou por ver que não te esqueço
Sempre que este madrugar
Dispa os olhos magoados
E a saudade em mim insista
Deixo á voz, este penar
Sou um fado doutros fados
Em que a noite é mais fadista
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